"A minha família teve uma escrava" conta Alex Tizon
- Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas da UFMG
- 7 de ago. de 2017
- 1 min de leitura
“Vês mais alguém ser tratado da forma como ela o é?”, perguntava-me Arthur. “Conheces mais alguém que viva como ela vive?” Resumiu-me assim a realidade: pura e simplesmente, Lola não era paga pelo trabalho que tinha connosco. Trabalhava arduamente todos os dias; era repreendida por ficar demasiado tempo sentada ou por adormecer demasiado cedo; era atacada por responder; usava roupas em segunda mão; comia as sobras sozinha na cozinha; raramente saía de casa; não tinha quaisquer passatempos ou amigos fora da família; não tinha um quarto só para ela (por todas as casas por onde passámos, restava-lhe apenas ficar num sofá, a um canto no quarto das minhas irmãs, ou na área de arrumos; na verdade, dormia normalmente em cima de pilhas de roupa por engomar).”
“E para esta vida não conseguíamos de facto encontrar qualquer paralelismo possível — a não ser o papel de escravos nas séries que víamos na televisão ou nos filmes.”
Eu tinha uma família, uma carreira, uma casa nos subúrbios. O sonho americano. E também tinha uma escrava."

Confira o relato sobre trabalho escravo doméstico em:
https://www.publico.pt/2017/07/09/mundo/noticia/a-minha-fam%C3%ADlia-teve-uma-escrava-1778165
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